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Venho todas as manhãs pelo correr destes pés, não muito ligeiros (vermelhos), mas por olhares atentos ao deslumbre de éticas teorizadas (e só!).
Que ainda me falte comida, tenho as palavras, mesmo neste lugar de ditadura pelos vãos e burrismos televisos, tenho a Palavra!
Falo, canto à ouvidos abertos, corações libertos... quero, por favor, ouvidos e corações libertos(!) ... Se há mais alguém que cante, cantaremos juntos!
Ouçam a minha e tantas outras vozes que clamam por Justiça! Já que ninguém vê, ninguém mostra...
O riacho aos pés da minha casa é trajeto da escola de madeira, e a madeira não suporta tanta chuva assim.
Em 'minha' favela, dois dos jovens, se envolvem com o trafico, mas vinte já foram mortos pela polícia.
Lembrar minha filha todas as manhãs que não sou um criminoso, mesmo que ela me veja com as mãos e uma arma na cabeça, cansa!
OS sangueS expostos naquele chão diário e sem asfalto, escreve-nos: INJUSTIÇA.
O sangue na cruz, por ele derramado, escreveu LIBERDADE!
A mídia impreguina: PUNIÇÃO DESENFREADA, 'EXCELENTISSIMO', CAPITALISMO, PANDEMIA...
Por favor.. Cantemos Juntos!
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Um comentário:
E em todas as vezes em que te leio o encantamento aumenta e minha alma sacode as certezas gritantes de novo,
Te amo intensamente
'Cantemos Juntos'
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