quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Canto apenas quando dança, nos olhos dos que me ouvem, a esperança.




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Venho todas as manhãs pelo correr destes pés, não muito ligeiros (vermelhos), mas por olhares atentos ao deslumbre de éticas teorizadas (e só!).
Sou artista, sou profeta e faço deste, um cercado de piche e carros, meu palco! 
Que ainda me falte comida, tenho as palavras, mesmo neste lugar de ditadura pelos vãos e burrismos televisos, tenho a Palavra!
Falo, canto à ouvidos abertos, corações libertos... quero, por favor, ouvidos e corações libertos(!) ... Se há mais alguém que cante, cantaremos juntos!
Ouçam a minha e tantas outras vozes que clamam por Justiça! Já que ninguém vê, ninguém mostra...
O riacho aos pés da minha casa é trajeto da escola de madeira, e a madeira não suporta tanta chuva assim.
Em 'minha' favela, dois dos jovens, se envolvem com o trafico, mas vinte já foram mortos pela polícia.
Lembrar minha filha todas as manhãs que não sou um criminoso, mesmo que ela me veja com as mãos e uma arma na cabeça, cansa!
OS sangueS expostos naquele chão diário e sem asfalto, escreve-nos: INJUSTIÇA.
O sangue na cruz, por ele derramado, escreveu LIBERDADE!
A mídia impreguina: PUNIÇÃO DESENFREADA, 'EXCELENTISSIMO', CAPITALISMO, PANDEMIA...


Por favor.. Cantemos Juntos!
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Um comentário:

Tati Tosta disse...

E em todas as vezes em que te leio o encantamento aumenta e minha alma sacode as certezas gritantes de novo,

Te amo intensamente

'Cantemos Juntos'